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terça-feira, abril 30, 2024
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Antes de matar estagiária em racha, vendedor pagou 15 cervejas em bar

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Antes de participar de um racha e matar a adolescente Letícia Maria Barroso Camargo, aos 17 anos, o vendedor de uma concessionária de veículos de Brasília Rafael Alves de Oliveira, 33, participou de uma noitada regada a muito álcool, em um bar de Taguatinga. Horas depois, na noite de 21 de dezembro de 2023, o Jetta onde estavam oito pessoas bateu, a 140Km/h, na traseira de um caminhão de lixo. A colisão aconteceu na rodovia BR-070, na altura de Ceilândia.

A coluna teve acesso a detalhes de tudo que Rafael consumiu no bar na companhia das garotas, todas com idades entre 17 e 20 anos. De acordo com o inquérito policial instaurado na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Rafael e as jovens chegaram ao estabelecimento, na QNE 25, às 20h32 do dia 20 de dezembro do ano passado. Na hora em que deixaram o local, à 0h34, o vendedor pagou uma conta de R$ 298,40. Na comanda, estavam, além de alguns petiscos, 15 garrafas de 600ml de cerveja.

Mesmo antes de consumir bebida alcóolica no bar, o vendedor já havia passado parte do dia bebendo, ainda em horário de trabalho, dentro da concessionária. Em mensagens trocadas por Rafael e Letícia, por meio do WhatsApp, ele confessa que estava “bebendo escondido”, ainda em horário comercial, sentado em sua mesa. Nas fotos enviadas pelo vendedor, ele mostra um líquido amarelado dentro de uma garrafa.

Veja comanda paga pelo vendedor antes do racha e a troca de mensagens com a estagiária morta na batida:


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O caso

Após a colisão, o vendedor se recusou a fazer o teste do bafômetro e tentou escapar, mas foi encontrado. O motorista estava ferido e precisou ser encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). A polícia indiciou Rafael por homicídio e tentativa de homicídio dolosos porque há indícios de embriaguez, racha e fuga do local. O inquérito está em sua fase final.

Em decorrência da colisão, Letícia teve o crânio rachado e sofreu afundamento na face. O caixão da adolescente nem sequer foi aberto durante o velório. A coluna mergulhou em uma investigação para levantar detalhes sobre a relação entre a estagiária e o vendedor.

Letícia costumava registrar em imagens as saídas na companhia de Rafael. Em vídeos exclusivos obtidos pela coluna, o motorista aparece acelerando o carro e participando de rachas em uma das pistas do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), dias antes da tragédia.

Em outro vídeo, em um bar, a adolescente abraça o vendedor e brinca, dizendo que ele é “aliciador de menores”. Na noite anterior, na madrugada de 21 de dezembro, Letícia fez diversas gravações confraternizando com as seis jovens também vítimas – sobreviventes – do acidente e com Rafael, em Taguatinga Norte.

Veja as imagens:

Acidente

Rafael dirigia em alta velocidade no momento em que colidiu com o caminhão de lixo. Segundo o boletim de ocorrência, o Jetta branco dele estava a 140 Km/h e era ocupado por oito pessoas, no total. A superlotação, de acordo com o artigo 231 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração gravíssima.

O etilômetro passivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusou ingestão de álcool, embora o motorista tenha se recusado a assoprar o bafômetro.

O acidente ocorreu na pista sentido Brasília–Águas Lindas (GO), na região de Ceilândia e próximo a um mercado de vendas por atacado.

Veja imagens do acidente:


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O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) levou as outras passageiras e o condutor do automóvel, que sofreram lesões, para os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT).

O motorista do caminhão, um homem de 46 anos, não se feriu, segundo o CBMDF, e por isso não precisou de atendimento médico.

Em nota, a concessionária disse não ter qualquer controle sobre as ações de seus colaboradores fora do expediente e salientou que está dando apoio à família de Letícia, que estagiava na empresa. Sobre o vendedor Rafael, acusado de beber e praticar racha, ressaltou que ele “está com seu contrato de trabalho suspenso em razão de afastamento junto ao INSS desde o ocorrido”. Por fim, lamentou a morte da adolescente e reiterou o “compromisso com a segurança e o bem-estar de todos os nossos colaboradores”.

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