O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda e os dirigentes do PT podem até ter divergências quando se trata de política econômica. Em geral, são questões de estilo. Do tipo bate mais ou bate menos no presidente do Banco Central.
Às vezes essas divergências arranham questões de conteúdo. Como as questões de política fiscal.
Onde não há um só milímetro de divergência na cúpula do PT e na cabeça do presidente Lula é sobre a importância da economia para a popularidade do presidente. E a popularidade do presidente é sacrossanta.
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O noticiário sobre o ritmo morninho de crescimento do PIB que o Brasil registra agora é analisado pelo governo petista exclusivamente sob o ângulo político. E é considerado veneno puro para a popularidade do presidente.
Lula quebrou o jejum de vários dias sem atacar a política monetária e o presidente do Banco Central pouco depois da divulgação desse PIB morno.
E nas entrelinhas de várias declarações, deixou claro que atribui aos juros altos o que se antevê que sejam números mornos e noticiário ruim sobre expansão da economia.
Não há dúvidas de que juros altos freiam a atividade econômica. Mas o que está faltando é o outro lado. O governo apostou em gastar como forma de fazer a economia crescer, o que até aqui ainda não se vislumbra.
E isso não é culpa só dos juros.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: Não há dúvidas de que juros altos freiam a atividade econômica no site CNN Brasil.