Igor Santos Silva, 28 anos, passou pouco mais de 24 horas preso no Distrito Federal por um crime que foi cometido por outra pessoa, em Imperatriz (MA), cidade que fica a 1,4 mil km de Brasília.
Um vídeo obtido pela coluna Na Mira mostra o momento em o rapaz, que está no DF desde a adolescência, é solto após o juiz da audiência de custódia reconhecer o erro na prisão.
Confira:
Igor Santos chegou ao Distrito Federal com 14 anos, sendo acolhido por uma prima mais velha, pois a família, que mora no Maranhão, seria muito desestabilizada.
Entenda o caso
- A coluna apurou que o rapaz preso injustamente tem um irmão, Carlos Eduardo Almeida Ferreira, 20, que é criminoso.
- Em agosto do ano passado, Carlos cometeu um roubo na cidade de Imperatriz (MA).
- No momento do flagrante, Carlos Eduardo não teria dito seu nome verdadeiro à polícia, se identificando como seu irmão, Igor.
- No decorrer do processo, o juiz identificou que ele não era quem dizia ser, e o próprio assumiu que mentiu sobre a sua identidade.
- Isso fez, inclusive, com que o juiz o condenasse por falsidade ideológica.
- O magistrado retificou, no processo, o nome do réu, porém não retirou o nome de Igor do mandado de prisão.
Prisão
Na quinta-feira (9/10), a Polícia Federal (PF) foi até o local de trabalho de Igor para cumprir o mandado de prisão, e ele foi algemado na frente dos colegas. O jovem foi conduzido até a Divisão de Capturas e Polícia Interestadual da Polícia Civil (DCPI/PCDF).
À coluna a advogada Tatiane Evanis, que defende Igor no caso, disse que entrou em contato com a 2ª Vara Criminal de Imperatriz assim que soube do erro judicial, e o servidor que a atendeu disse que não poderia tomar qualquer medida.
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“Ele pediu para eu peticionar nos autos para informar ao juiz. Expliquei diversas vezes sobre a urgência e pedi para despachar diretamente com o juiz e ele me informou que o juiz não estava”, afirmou.
De acordo com a advogada, na audiência de custódia, o juiz iniciou dizendo que já sabia do ocorrido. “Ele afirmou que leu os requerimentos no processo. Solicitei que fossem retiradas as algemas de Igor. O juiz revogou a prisão e disse que sentia muito pelo ocorrido”, comentou.
Humilhação
Segundo Tatiane, mesmo após o juiz reconhecer o equívoco e revogar a prisão de Igor, seu cliente não pôde sair no mesmo momento, pois havia um trâmite burocrático.
“O Igor só foi liberado às 15h de sexta, passando mais de 24 horas preso, com fome e esgotado de cansaço, pois estava tão apavorado que nem cochilou”, descreveu.
A reportagem entrou em contato com a Justiça do Maranhão e aguarda retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.