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Jovens que arrancaram olho de rapaz autista serão julgados nesta 5ª

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Os quatro jovens que tentaram matar Wtsherdhay Gonçalves dos Santos (foto em destaque), 24 anos, espancado no Parque Ecológico de Águas Claras serão julgados na tarde desta quinta-feira (17/7). O crime aconteceu em 2 de janeiro de 2023. Na ocasião, um dos autores rasgou um dos olhos do rapaz com um canivete.

O julgamento está previsto para começar às 14h30, no Fórum Desembargador Jorge Duarte de Azevedo, na Asa Norte.

À época dos fatos, os autores tinham entre 13 e 17 anos. Eles respondem por ato infracional análogo à tentativa de homicídio.

O julgamento é acompanhado com grande expectativa pela mãe e os três irmãos de Wtsherdhay, que buscam por justiça. O crime deixou sequelas irreversíveis no jovem, que teve um dos olhos arrancado com um canivete.

 

6 imagensWtsherdhay perdoa os agressores, mas quer que eles paguem na JustiçaO rapaz sonha em ir a shows de pagode de bandas, como a Menos é Mais, e em se tornar personal trainerO jovem negro autista ainda sente dores pelo corpo Dona Wheda, mãe de Wtsherdhay, cobra Justiça. "Arrancaram o olho do meu filho. Arrancaram o meu coração", disse, aos prantosFechar modal.1 de 6

Após ter sido espancado e perdido o olho, o jovem negro autista Wtsherdhay Gonçalves busca forças para recomeçar a vida ao lado da família e de amigos

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Wtsherdhay perdoa os agressores, mas quer que eles paguem na Justiça

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O rapaz sonha em ir a shows de pagode de bandas, como a Menos é Mais, e em se tornar personal trainer

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O jovem negro autista ainda sente dores pelo corpo

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Dona Wheda, mãe de Wtsherdhay, cobra Justiça. “Arrancaram o olho do meu filho. Arrancaram o meu coração”, disse, aos prantos

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A mãe solo e atípica, que cria quatro filhos — de 24, 21, 14 e 12 anos — relatou que Wtsherdhay  tem deficiência intelectual e ainda sofre com as consequências físicas e psicológicas da violência. “Ele não consegue dormir à noite. Não conseguimos a prótese do olho até hoje. Nunca tive resposta do governo”, alega Wheda Gonçalves dos Santos.

O agressor que desferiu o golpe de canivete no olho do rapaz tinha 17 anos quando ocorreu o crime. Apesar da gravidade, a mãe afirma que os envolvidos nunca foram detidos e que continuam soltos.

“A Justiça não fez nada. Sempre estiveram em liberdade. Ameaçaram até a minha filha. Eu só queria que eles cumprissem pena. Eles destruíram a vida do meu filho e estão livres”, acusa Wheda.

A dor e o sentimento de injustiça também se estendem ao tratamento recebido pelas autoridades. “Fiquei muito triste com a polícia. Nada tira essa dor. Acabaram com a vida do meu filho. Hoje, ele é um jovem agressivo por causa do que aconteceu. O trauma é muito grande”, lamenta.

A família segue lutando por reparação e clama por uma decisão do sistema judicial e do poder público. “Nada vai devolver o olho dele. Mas a justiça precisa ser feita”, ressalta a mãe.

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Relembre o caso

O jovem foi espancado após defender o irmão mais novo, Solomon Gonçalves Chwukuemeka Maha, e sofreu ferimentos em diversas partes do corpo, inclusive com perda da cartilagem do nariz.

Ao ver um grupo de meninos provocar a criança, soprando fumaça contra o rosto do menino, ele partiu em defesa, sem hesitar. Além de precisar de uma cirurgia reparatória no nariz, ele chegou a receber uma prótese ocular, mas o organismo rejeitou o item.

Um vigilante do parque, que preferiu não se identificar, contou ao Metrópoles à época dos fatos que enquanto os meninos brigavam, um deles feriu o olho do jovem autista com um objeto perfurante.

“Os meninos que estavam na quadra começaram a provocar os irmãos. Os chamaram de ‘pretos’, ‘macacos’, ‘viados’ e ‘safados’. Também estavam fumando cigarro e ficavam assoprando na cara do autista. Violência sem tamanho. Eu separei a briga depois que um deles pegou um pedaço de pau jurando que ia matar o outro”, descreveu.

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