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quinta-feira, abril 25, 2024
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Governo e Congresso: o cabo de guerra do orçamento – com Mateus Vargas

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O controle do Congresso sobre o orçamento tem se manifestado de maneira autoritária, o que representa um risco para o futuro do país. A partir da implementação do Orçamento Impositivo em 2015, pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o jogo da governabilidade deu um giro, inaugurando uma nova era política no Brasil.

Mais tarde, durante o governo Bolsonaro, com as emendas do relator, conhecidas como Orçamento Secreto, a Câmara dos Deputados centralizou um poder sem precedentes, o que conferiu a Arthur Lira o status de um dos homens mais poderosos da política.

Ainda que as Emendas do Relator tenham sido suspensas pelo STF em novembro de 2021, hoje o legislativo concentra boa parte do poder sobre os recursos do orçamento para interesses que muitas vezes não se alinham com o projeto político do governo, levando a chamada governabilidade a uma encruzilhada.

Essa disputa impacta como políticas públicas são aplicadas ou negligenciadas em áreas como saúde, educação, segurança e meio ambiente e são especialmente decisivas em um ano eleitoral. 

Mas como funciona esse jogo político complexo e quais as possibilidades do governo para manobrar diante do poder cada vez maior da Câmara e, por consequência, do chamado centrão?

Para tentar entender um pouco mais sobre o cabo de guerra do orçamento entre o governo e o Congresso, o Pauta recebe o jornalista Mateus Vargas. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mateus já passou por veículos como o Estado de S. Paulo e pelos sites JOTA e Poder360 e atualmente escreve para a Folha de S. Paulo.

‘As pessoas vão derreter feito lesma na calçada’

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Nesta semana tive a oportunidade de participar de dois debates incríveis sobre os desafios impostos pela crise climática e ideias para sair dela. No primeiro, fiz parte da bancada do programa Roda Viva, da TV Cultura, que entrevistou o físico Marcelo Gleiser. O segundo foi a mesa “Colapso climático e o Antropoceno” (parte do evento de comemoração dos 13 anos da Agência Pública), em que mediei um bate-papo com o escritor Ailton Krenak, o climatologista Carlos Nobre e a jornalista de meio ambiente Daniela Chiaretti.

Foi nesta mesa que ouvi a frase da qual peguei emprestado o título para esta coluna. Em um alerta sobre as perigosas mudanças que a humanidade está promovendo no planeta, Krenak vaticinou: “Daqui a uns 20, 30 anos, as pessoas vão derreter feito lesma na calçada. O calor vai estar tão chapante que um cara sai de casa e derrete na calçada”.

Ailton Krenak, Carlos Nobre e Daniela Chiaretti durante discussão sobre o ‘Colapso climático e o Antropoceno’ na celebração dos 13 anos da Agência PúblicaAilton Krenak, Carlos Nobre e Daniela Chiaretti durante discussão sobre o ‘Colapso climático e o Antropoceno’ na celebração dos 13 anos da Agência PúblicaAilton Krenak, Carlos Nobre e Daniela Chiaretti durante discussão sobre o ‘Colapso climático e o Antropoceno’ na celebração dos 13 anos da Agência Pública

A plateia que estava presente riu meio nervosa. Alguns minutos antes, já tinha ouvido algumas previsões ainda mais dramáticas. Carlos Nobre, um dos maiores especialistas do Brasil em mudanças climáticas e nos impactos do desmatamento na Amazônia, explicava que se mantivermos o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa, poderemos chegar ao fim do século com uma temperatura média 4ºC acima do período pré-Industrial. 

Lembra? No ano passado, quando o planeta bateu recorde de calor, a temperatura média ficou em 1,48ºC acima dessa marca, e já vimos o perereco que foi. Agora imagina mais que o dobro disso.

Nobre ajudou a gente a imaginar. Se a temperatura passar de 4 graus, disse ele, praticamente todo o mundo tropical se torna inabitável. “[Isso] Significa que a temperatura e a umidade atingem um nível que o nosso corpo não perde mais calor. É estresse térmico. Um bebê e uma pessoa idosa sobrevivem meia hora no estresse térmico. Uma pessoa saudável, adulta, duas horas. Se nós chegarmos a 4 graus, só haverá habitabilidade no topo dos Andes, dos Alpes, na Antártica e no Ártico”.

Ele continuou com as projeções assustadoras provenientes de relatórios científicos robustos, como os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC): “Se chegarmos a 4 graus no século que vem, nós vamos causar a sexta maior extinção. A quinta foi 62 milhões de anos atrás, [quando] caiu aquele super asteroide no Golfo do México. Mas quanto tempo levou para a extinção dos dinossauros? Dois a três milhões de anos. O processo de causar a quinta extinção foi de milhões de anos. Nós vamos causar a sexta maior extinção em 100 anos. No meio do século 22, nesse caso, que a temperatura já terá passado muito de 4 graus”.

Minha sensação foi que as pessoas na plateia nem piscavam, segurando a respiração enquanto ele descrevia o quadro futuro que vamos enfrentar (se não nós, diretamente, mas com certeza as próximas gerações) caso não mudemos a forma como estamos tratando o planeta. 

Acho que o veterano pesquisador também percebeu. E ao final do nosso debate, fez questão de dizer que, apesar de tudo o que tinha dito, ele é um otimista. Que ele aprendeu a ser assim depois dos 65 anos (hoje ele tem 72) e que ele tem se empenhado em apontar soluções a fim de combater o problema. “Porque a gente não sabe quanto tempo nós vamos viver. Não vamos cometer um eco-suicídio!”, disse.

Então ele contou dos esforços que está fazendo para promover projetos de restauração da Amazônia e disse que planeja fazer um estudo para propor o que o Brasil precisa fazer para zerar suas emissões até 2040. Na sequência, convocou a plateia: “Queria muito que os jovens comprassem essas ideias. Vamos tornar o nosso país o primeiro país a zerar as emissões”.

Para Nobre, um caminho para isso é as pessoas se engajarem em mudar seus hábitos de consumo. “Se nós todos, quem come carne – eu não como carne há muito tempo –, mas se nós todos, na hora de ir no supermercado, no frigorífico, no açougue, exigirmos que só compraremos carne bovina de pecuária regenerativa, o Brasil reduziria em 50% as emissões.”

A premissa do pesquisador é que o consumidor tem o poder de mudar os negócios. Que essa pressão poderia “induzir a agricultura e pecuária brasileira para um caminho sustentável”.

Na hora que ele falou isso eu viajei de volta ao Roda Viva. Marcelo Gleiser está lançando no Brasil seu novo livro – O Despertar do Universo Consciente – no qual propõe que a Terra é rara, mágica, uma vez que é a única onde até hoje sabemos existir vida como a conhecemos. E que por isso a gente deveria se esforçar fortemente para preservar essa vida, o que significa lutar para evitar o pior das mudanças climáticas.

O físico propõe um “manifesto para o futuro da humanidade”, segundo o qual “todo indivíduo tem um papel a cumprir”. Para ele, não são necessários os “sacrifícios de uma revolução sangrenta”, mas adotar ações dentro de três princípios:

Menos para garantir a sustentabilidade;

Mais para nos reaproximar do mundo natural;

Consciência na compra e no consumo de produtos e bens.

Gleiser defende que nós todos deveríamos comer menos carne, consumir menos energia e menos água, produzir menos lixo, nos “engajar mais com a natureza” e pressionar empresas a adotarem práticas mais sustentáveis. No livro ele ainda escreve, em negrito: “Consumidores do mundo: unidos vencemos nós e a natureza”.

Durante o programa, eu o questionei sobre a proposta. Para mim, ela talvez soe um pouco ingênua, por colocar um peso tão grande nas ações individuais. Para realmente ter impacto, é algo que teria de ser adotado realmente por muita gente. Sendo que estamos falando de desafios muito profundos e sistêmicos. 

Para derrubar as emissões de gases de efeito estufa no tempo necessário para evitar o caos na Terra são necessárias mudanças estruturais. O IPCC estima que para conter o aquecimento global no máximo até 1,5ºC teríamos de reduzir as emissões em 43% até 2030 e chegar a emissões líquidas zero (compensando o que não for possível deixar de emitir) até 2050. 

Confesso que tenho uma certa dificuldade de ver essa redução brutal acontecendo a partir de ações individuais – sem que venham junto medidas governamentais que, por exemplo, determinem que os frigoríficos exponham a origem da carne em seus rótulos para que as pessoas possam escolher; sem que haja algum tipo de taxação para o carbono; sem que deixem de ser concedidos incentivos para os combustíveis fósseis. 

Gleiser não curtiu muito a minha pergunta. “A gente está sempre acostumado a ter o paizão que diz o que a gente tem que fazer, aquela coisa do controle do Estado, da religião, etc. E eu acho que aqui, nesse momento, a gente tem que começar a pensar como indivíduos, porque o que o governo faz ou não faz com relação ao planeta vai afetar todo mundo da mesma forma”, respondeu.

“A técnica do medo distópico também não está dando certo, de que, ah, o mundo vai terminar, aquela coisa. Essas campanhas de medo funcionam a curto prazo, mas não quando o teu problema tem décadas, que é o problema do clima. Então, é muito difícil convencer as pessoas a mudarem os hábitos, a menos que você pegue no coração das pessoas. Tem duas maneiras de mudar a ideologia das pessoas. Uma é no coração e a outra na carteira. Na carteira, obviamente, quando as coisas ficarem mais baratas, as energias alternativas ficarem mais baratas, já estão ficando. E no coração é você contar uma história em que cada um de nós tem um papel de guerreiro nessa revolução, que é salvar o nosso projeto de civilização”, complementou o físico.

Achei inspirador, de verdade, assim como a fala do Nobre, mas meu lado cético não me deixa exatamente à vontade. Minha dificuldade, talvez acima de tudo, seja imaginar como uma humanidade tão arraigada a péssimos hábitos de consumo possa mudar a ponto de mobilizar milhões de pessoas que juntas pressionariam por essas mudanças. Pense na loucura do brasileiro com picanha. Na loucura do norte-americano com seus SUVs. Isso só para começar. Mas beleza, a água tá subindo, batendo no traseiro e talvez a humanidade, sim, vire a chavinha. Agora essa união consegue ser mais forte que os lobbies de quem está ganhando enquanto o circo pega fogo?

Deixo aqui a minha inquietação e minhas dúvidas com o caro leitor. Gostaria muito de ouvi-los. 

Veja como a Caesb pretende usar empréstimo de US$ 100 milhões

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O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Luís Antônio Reis, fez projeções de ações da companhia após a tomada de empréstimo de US$ 100 milhões, aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nessa terça-feira (12/3). “Nosso foco é atender a população carente que precisa de água”, afirmou.

A Caesb vai tomar o crédito em dólares junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “A companhia hoje tem saúde financeira para tomar um empréstimo desse tamanho. Temos cinco anos de carência para as obras e mais 20 anos para pagar”, explica. Os valores serão usados para a Companhia executar a segunda edição do Programa de Saneamento Ambiental.

“Estamos modernizando instalações com uma série de tecnologias, para atender o DF nesse cenário de crescimento populacional. A população carente, por exemplo, tem um problema estrutural. Imagina se eu tenho um cano que abastece 10 casas, mas, de repente, existem 100 casas e o cano continua o mesmo. É claro que o cano que abastece 10  casas bem, não abastece 100 casas bem. O governador Ibaneis pediu foco nisso e estamos colocando”, comentou Luís Antônio Reis.

Entre as obras previstas, estão a revitalização e a modernização das Estações de Tratamento de Água do sistema produtor Descoberto, do sistema produtor Torto/Santa Maria e da adequação da captação do córrego Mestre D´Armas. Também estão incluídas obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto Melchior, implantação do sistema de esgoto no Setor Primavera, em Taguatinga, e implantação e recuperação de interceptores, emissários e redes de coletas de esgoto em diversos pontos do Distrito Federal.

 

Obras a serem executadas pela Caesb com investimentos de empréstimo junto ao BID

Serão contemplados os sistemas produtores de água, tratamento e transporte de esgoto, automação, controle operacional das unidades, controle de perdas e fortalecimento institucional em praticamente todas as áreas do DF.

Na justificativa para a tomada de empréstimo, a Caesb pontuou que “um programa dessa envergadura, com foco na modernização e recuperação do sistema operacional e com a proposta de melhoria ambiental de longo prazo, requer altos investimentos”.

Escoliose é mais comum em  adolescentes. Saiba como identificar

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Segundo especialistas, a doença afeta entre 2% a 4% da população mundial, e está ligada principalmente a fatores genéticos

A escoliose, uma deformidade da coluna vertebral que leva a uma tortuosidade da mesma, é um problema que atinge várias faixas etárias, principalmente os adolescentes.  Segundo especialistas, a doença afeta entre 2% a 4% da população mundial, e surge principalmente nessa idade, manifestando-se em cerca de 90% como escoliose idiopática, o tipo mais comum da doença.

Muitas vezes, os pais ou responsáveis associam o surgimento da escoliose ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e videogames. No entanto, o Dr. José Humberto, cirurgião de coluna do Grupo Spine afirma que, ao contrário do que muitos acreditam, a escoliose está mais ligada a fatores genéticos do que a má postura. “Estudos mais recentes sugerem que a escoliose pode estar relacionada a alterações genéticas que desencadeiam esse desvio. O risco de desenvolver a doença aumenta consideravelmente se houver parentes de primeiro grau com a deformidade.”

Embora o uso de eletrônicos não seja um fator de risco, ainda assim pacientes com escoliose precisam estar atentos a esse vício. “O que podemos perceber na prática é que o uso excessivo de eletrônicos contribui para uma postura inadequada, tornando a deformidade mais visível. É importante destacar também que isso é uma consequência da má postura, e não necessariamente indica que esteja ocorrendo uma piora da doença”, explica o ortopedista. O uso de mochilas pesadas também podem agravar a má postura e causar dores nas costas.

Identificar a escoliose nos estágios iniciais pode ser um desafio para os pais, uma vez que a deformidade se desenvolve gradualmente ao longo de meses. “Sinais importantes como ombros desnivelados, cintura assimétrica, bacia desnivelada e uma das escápulas proeminente devem ser levados em consideração. Ao perceber esses sinais, procure um médico especialista a fim de confirmar o diagnóstico e determinar o grau exato da escoliose.”

O diagnóstico precoce é crucial para minimizar as consequências futuras da escoliose. Não apenas evita a progressão da condição, mas também permite identificar casos cirúrgicos mais cedo, facilitando uma correção mais eficaz da deformidade com menor risco de complicações. “Uma ferramenta simples e eficaz para o diagnóstico precoce da escoliose é o teste de Adams. O teste envolve curvar o tronco para frente e observar a assimetria da caixa torácica e/ou da região lombar, ou seja, se um dos lados das costas fica mais alto que o outro. Os resultados podem ser percebidos mesmo por pessoas leigas na área da saúde, e caso isso ocorra, deve-se encaminhar a criança ou adolescente para a avaliação detalhada de um especialista em patologias e cirurgia de coluna, sobre a provável escoliose”, orienta o especialista.

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ONG de apoio a autistas é despejada pela Saúde e fecha as portas no DF

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Não adiantou o apelo da comunidade, das famílias e até mesmo do apresentador da TV Globo Marcos Mion. A Secretaria de Saúde não voltou atrás na decisão de despejar a Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal (AMA-DF).

Referência nacional no tratamento de pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), com nível de suporte 3, o projeto atendia pacientes no Instituto de Saúde Mental (ISM), no Riacho Fundo 1.

Movido por uma ação reintegração de posse apresentada pela pasta, ainda gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) entregou uma ordem de despejo em 23 janeiro de 2024, medida cumprida nesta semana.

Segundo a presidente da AMA-DF, Gisele Montenegro, sem um teto e as mínimas condições de infraestrutura, a AMA fechará as portas definitivamente. “Na véspera de abril, mês de Conscientização sobre o Autismo, a única entidade que atende TEA nível 3 vai fechar as portas por falta de apoio do GDF”, afirmou Gisele.

Pressionada pele repercussão negativa, a secretaria adiou o despejo e chegou a prometer alternativas para a continuidade dos serviços da AMA, mas tudo ficou só no papel.

“O GDF não abriu mão do terreno e o juiz deferiu para a gente desocupar o espaço. A gente não conseguiu outro local e vamos encerrar tudo. A AMA, na capital do Brasil, vai deixar de existir”, lamentou.

Promessas

A AMA tinha suspendido as atividades em 2023 por conta das tratativas com a Secretaria de Saúde em busca de uma solução. Além disso, parte dos colaboradores e pacientes teve Covid-19.

O projeto seguia à risca a Lei 4.568 de 2011, para o atendimento de pacientes TEA com nível de suporte 3. A associação oferecia musicoterapia, terapia ocupacional, psicopedagogia, horta, atividades físicas, por exemplo.

O serviço era em tempo integral. Os pacientes ficavam das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Neste período, os familiares dos autistas tinham tempo para trabalhar e resolver obrigações pessoas.

Lágrimas

Durante quase 40 anos de trabalho, o projeto ajudou centenas de famílias. Com a voz embargada, Gisele lembrou da história do projeto.

“Quando meu filho entrou há 13 anos na AMA, ele me batia todo dia. Ele tinha 17 anos. A AMA fez com que ele se transformasse em uma pessoa capaz de viver em sociedade e conviver com outras pessoas sem agredir”.

Segundo Gisele, não há no DF serviço semelhante ao oferecido pela AMA. E, mesmo com a ordem de despejo, a Secretaria de Saúde continuava a encaminhar pacientes para o projeto.

Mion

Em um vídeo emocionado, o apresentador Global Marcos Mion fez um apelo ao governador Ibaneis Rocha (MDB) para que o despejo e  AMA-DF não ocorresse, em fevereiro de 2022.

Pouco antes, a Secretaria de Saúde suspendeu temporariamente o despejo. Teve, então, início uma processo de negociação, mas não avançou para uma solução que contemplasse o projeto.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde sobre o despejo da AMA. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

DF já teve uma morte por dengue ao ano. Em 2024, são 109. O que houve?

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Entre o início deste ano e 9 de março, o Distrito Federal registrou 109 mortes por dengue. O número representa quase 30% do total de óbitos notificados na série histórica da doença, desde 2007. Ao longo desses 17 anos,  já teve ano que houve apenas uma morte em decorrência da doença na capital federal.

De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), antes de 2024, o recorde de mortes pela doença tinha sido em 2019, quando 59 vidas foram perdidas para a infecção transmitida pelo Aedes aegpyti.

Em contrapartida, em 2008, 2011 e 2012 houve apenas uma morte por dengue, em cada ano. Em 2009 e 2018, o governo local registrou dois óbitos cada, causados pela dengue no decorrer dos 365 dias do calendário.

Apenas 1 região do DF registra baixa incidência de dengue. Saiba qual

Mudança de sorotipo e calor

Além do aumento de mortes, o DF também registrou um maior número de infecções. Desde o início do ano, foram mais de 140 mil casos prováveis da doença.

Segundo a Secretaria de Saúde, o sorotipo 2 é o mais dominante no DF este ano. Essa variação da dengue não circulava há muito tempo na capital federal. “Desta forma, poucas pessoas tinham imunidade para doença, o que fez com que a sua transmissão fosse agravada e ampliada”, esclarece a pasta.

Além disso, a secretaria explica que fatores humanos também influenciariam no aumento número de infecções. “O que também colabora para o aumento dos casos é o descarte irregular de lixos e entulhos, além do aumento populacional em áreas de crescimento desordenado”.

Para o sanitarista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant, a onda de calor e o fator desorganização foram as principais razões para o avanço da doença no DF.

“Um [motivo] foi a onda de calor que a gente teve no final do ano [2023] e tivemos, também, uma antecipação das chuvas. Então, nós tínhamos água e calor, o que facilitou a proliferação do mosquito”, explica.

Brant também avalia que a “desorganização dos processos de trabalho da vigilância ambiental” foi determinante. “É a vigilância que cuida do mosquito, que vai cuidar da infestação do Aedes aegypti. No Distrito Federal, o número de agentes é muito pequeno. E, sem esse trabalho organizado e com vinculação ao território, conhecendo os principais problemas do território, é muito difícil ter um impacto na multiplicação do vetor”.


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Até onde vai a epidemia

Jonas Brant afirma que a situação de alta de casos e mortes de dengue costuma decair assim que a temperatura abaixa e o período de chuvas acaba.

“Em geral, a gente vai ter, no mês de abril, o pico da epidemia e, depois, ela tende a começar a cair, chegando em maio com um número mais baixo de casos. Até o final de maio, junho, em geral, a gente já controlou a epidemia”.

O especialista alerta para a necessidade de se manter as ações de combate à dengue mesmo após o pico da epidemia. “Esse ano, nós temos que, quando houver a queda do número de casos, seguir atuando de maneira estruturada e rígida para conseguir que a gente abaixe a infestação a níveis muito baixos. Assim, o começo das chuvas, no final desse ano, a gente não tenha um aumento novamente do número de casos”.

Vítimas de Marli Rodrigues que tiveram precatórios vendidos sem consentimento serão ouvidas no MPDFT

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Sindicalizados que tiveram precatórios vendidos – sem consentimento – à CiaToy Brinquedos pela presidente interina afastada pela Junta Governativa após Intervenção do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues, serão ouvidos pelo MPDFT

Com a determinação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, as vítimas irão pessoalmente ao MPDFT pedir providências para que sejam ressarcidas e se posicionarem na luta pelos seus direitos como partes no processo, nesta sexta-feira (15), às 12h.

O MPDFT disponibiliza Ouvidoria às vítimas de venda dos precatórios do benefício-alimentação pelo SindSaúde-DF

Em apuração junto ao Ministério Público do DF e Territórios sobre denúncia aceita pelo em 12 de novembro de 2019, colocou a Ouvidoria do Órgão de Controle à disposição para atender demandas dos cerca de 2.400 sindicalizados, que eventualmente precisem de informações sobre os precatórios do benefício alimentação, comercializados pela direção do SindSaúde-DF à Cia Toy Brinquedos.

Na denúncia, sob o número MPDFT 08190133219/19-90, à época protocolada por Amarildo de Sousa Carvalho, servidor da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), diretor e, responsável pela AGE de intervenção da atual diretoria do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), o sindicalista cobrava a “retenção indevida de valores percebidos em precatórios judiciais pertencentes aos sindicalizados”.

 

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Caminhada pelo Rim aborda a importância da prevenção de doenças renais

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Durante o evento foram entregues cem fichas de exames de creatinina para população

Jurana Lopes

Para celebrar o Dia Mundial do Rim, comemorado sempre na segunda quinta-feira de março, a equipe de Nefrologia do Hospital Regional de Santa Maria realizou, nesta quinta-feira (14) a Caminhada pelo Rim. O objetivo foi conscientizar a população sobre a necessidade da prevenção das doenças renais, além de reforçar a necessidade de ter hábitos de vida saudáveis e praticar exercícios físicos.

Presente no evento, o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, destacou a necessidade da população se atentar à saúde dos rins e refletir sobre os cuidados com os rins.

“É uma data de extrema reflexão de cuidarmos melhor da saúde dos nossos rins. Hoje, há dados estatísticos que comprovam que 10% da população mundial, ou seja, 850 milhões de pessoas têm doença renal crônica. É um dia especial para termos mais cuidados com a saúde dos rins”, explica. “Pacientes com diabetes ou hipertensão devem redobrar os cuidados, pois essas doenças podem gerar uma lesão renal, por isso é importante fazer um acompanhamento contínuo”, completa Cavalcante.

A chefe do Serviço de Nefrologia do HRSM, Núbia de Freitas Moreira, explica que a Caminhada do Rim foi pensada na captação de pacientes que têm alteração de função renal antes da diálise, porque é uma doença assintomática e geralmente os pacientes não costumam ter sintomas.

“Nossa intenção é que os pacientes cheguem um passo antes da diálise, que a gente tenha a possibilidade de acompanhar e retardar a entrada dele ou até mesmo evitar. A prevenção principal é manter doenças como diabetes e hipertensão bem controladas, ingestão de muita água e atividade física”, destaca Núbia.

Caminhada

O evento começou com apresentação da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF. Aberto ao público, quem estava presente conseguiu fazer várias coisas na tenda multiprofissional, como: aferir a pressão arterial, medir a glicemia, receber orientações de saúde bucal e receber kits de higiene bucal. Além disso, havia serviços de tipagem sanguínea, massagem e orientações com fisioterapeutas. Toda a equipe era composta por professores e estudantes dos cursos da área de saúde da Uniceplac.

Houve um coffee break servido para os cerca de 400 participantes e logo em seguida foi realizada uma sessão de alongamento, dando sequência com a caminhada em volta do Hospital Regional de Santa Maria.

Durante o evento, ouve a entrega de cem vales creatininas que foram distribuídos para a população.  “Quem tiver alteração no resultado será chamado para iniciar o tratamento no nosso Ambulatório. A estatística atual diz que um a cada dez adultos brasileiros possuem algum tipo de doença renal e a maioria desconhece o seu diagnóstico”, explica a chefe do Serviço de Nefrologia.

O diagnóstico da doença renal crônica ocorre por meio da realização de exames de sangue, urina e imagem, como a dosagem de ureia e creatinina e a realização de ultrassom de vias urinárias.

A dona de casa Severina Nogueira, de 61 anos, participou da Caminhada pelo Rim e fez questão de pegar a ficha para fazer o exame de creatinina no laboratório do HRSM.

“Desde o fim do ano decidi me cuidar mais, fazer mais atividade física e ficar de olho na minha saúde. Se eu já fiz esse exame de creatinina eu não me lembro, mas farei agora dia 20 pra ver se está tudo bem. Eventos assim são oportunidades que não podemos perder”, relata.

Já a aposentada Eleusa Ferreira, de 76 anos, passou pela tenda multiprofissional e aproveitou para verificar como estava a saúde. “Tenho pressão alta, procuro sempre avaliar rotineiramente como está a pressão até para evitar outras doenças. Adorei essa iniciativa”, afirma.

A superintendente do Hospital Regional de Santa Maria, Eliane Abreu, se disse lisonjeada em partilhar cada minuto de seu tempo com uma equipe tão focada, que se propõe a fazer e cumpre tudo com maestria. “A Nefrologia do HRSM é uma das melhores da rede. Essa equipe dá vida e esperança para seus pacientes”, destaca.

Em 2023, o Serviço de Nefrologia do HRSM teve muitos avanços, dentre eles, a modernização do parque tecnológico, por meio de aquisição de 26 novas máquinas de hemodiálise.

Além disso, houve a contratação de mais médicos nefrologistas para o setor. Atualmente, são 18 profissionais, antes eram apenas oito. Hoje, o HRSM atende as duas modalidades na Nefrologia, internação e ambulatório. A nefrologia do HRSM faz em média 43 atendimentos por dia, totalizando 7.109 sessões de hemodiálise em 2023.

Emendas parlamentares

Os deputados distritais Chico Vigilante (PT) e Jaqueline Silva (MDB) prestigiaram o evento, parabenizando toda a equipe de Nefrologia pelo trabalho de excelência prestado à população. “Meu irmão é paciente renal crônico e sei bem qual é a realidade enfrentada por quem precisa fazer diálise, por isso eu faço questão de colocar recursos na saúde”, afirma Vigilante.

Moradora de Santa Maria, Jaqueline enalteceu o trabalho humanizado da equipe do HRSM e se colocou à disposição para ajudar na construção do Centro de Nefrologia, ainda em fase de projeto. “Todos aqui fazem um trabalho espetacular e que salvam milhares de vidas. Por isso, vou disponibilizar os recursos que puder pra ajudar o Hospital Regional de Santa Maria”, garante a parlamentar.

Fotos: Davidyson Damasceno/IgesDF

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Mega-Sena: apostas do DF e do Entorno fazem a quina e levam R$ 39 mil

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A Mega-Sena acumulou, mas duas apostas do Distrito Federal e uma do Entorno acertaram cinco dos seis números sorteados e vão levar R$ 39.206,07. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (14/3).

Os sortudos jogaram os palpites em lotéricas da Asa Sul, do Jardim Botânico e de Valparaíso (GO).

Os números sorteados no concurso de nº 2.700 da Mega-Sena, da Caixa Econômica Federal foram: 01 – 11 – 19 – 20 – 28 – 49. O próximo sorteio neste sábado (16/3) e o prêmio vai para R$ 58 milhões.

Três apostas vão levar R$ 39 mil

A Caixa também sorteou os números da Lotofácil, Quina, Timemania e Dia de Sorte.

Segundo a Caixa, 86 apostas acertaram cinco dezenas e vão poder levar para casa R$ 39.206,07. Outros 4.852 bilhetes marcaram quatro dos seis números sorteados e ganharão R$ 992,73 cada um.

Para participar do próximo sorteio da Mega-Sena, o apostador pode fazer o jogo em qualquer casa lotérica, por meio do aplicativo Loterias Caixa ou pelo site de loterias da Caixa.

Receba seu prêmio

Caso você seja o ganhador, é permitido resgatar o prêmio somente nas agências da Caixa, com apresentação de identidade original, CPF e recibo da aposta original e premiada. Os valores acima de R$ 10 mil são pagos em dois dias úteis, no mínimo, a partir da solicitação na agência.

No caso de o prêmio ser menor que R$ 2.112, é possível receber em qualquer casa lotérica credenciada ou nas agências da Caixa.

Para conter dengue, sociedade civil se organiza e cobra ações no DF

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Diante dos números da dengue no Distrito Federal, a sociedade civil decidiu se mobilizar e recomendar ações para conter a epidemia, a exemplo da nomeação de servidores e correções no modelos das tendas.

A reunião foi organizada pelo Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), na quinta-feira (14/3). A conversa teve participação de associações, sindicatos, órgãos de controle e a própria Secretaria de Saúde.

“O Distrito Federal registra recorde sem precedentes de casos de dengue e de óbitos pela doença. As medidas tomadas até agora se mostraram insuficientes e ineficazes para controle da epidemia. Por isso o CRM-DF propôs essa iniciativa de discutir propostas com as demais entidades e com a SES-DF. As entidades presentes tem ciência do seu compromisso com a saúde da população do DF e debateram a fim de cobrar medidas necessárias para reverter a gravíssima situação atual”, afirmou a presidente do CRM-DF, Lívia Vanessa Ribeiro.

O DF ultrapassou a marca de 100 mortes por dengue em 2024. De acordo com dados do InfoSaúde, portal de informações da Secretaria de Saúde, atualizado às 15h30 desta segunda-feira (11/3), a capital federal já confirmou 109 mortes pela doença no ano.

Ao final do debate, a sociedade civil decidiu formar uma frente contra a dengue. O grupo encaminhará 17 recomendações de ações para frear a epidemia ao GDF.

Confira as principais sugestões:

– Fortalecimento da atenção primária, com manutenção das equipes assistenciais nas UBs
– Treinamento das equipes assistenciais, com base no Protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde;
– manutenção de tendas de hidratação apenas em anexo aos serviços de saúde de emergência (hospitais e UPAs), com condições de suporte a pacientes em agravamento, célere transferência de casos que necessitem de internação com devido suporte, além da garantia de insumos e medicamentos no local para evitar a peregrinação dos pacientes;
– Expansão dos leitos de internação (enfermaria e UTI);
– ⁠Reforço do Sistema de transporte sanitário;
– ⁠Reforço na rede de diagnóstico da SES-DF, com aumento das rotas de coleta e envio de material;
– ⁠Fortalecimento e expansão de medidas de combate ao vetor,
– ⁠Convocação imediata dos ACS e AVAS aprovados no concurso, em substituição aos 1000 trabalhadores que tiveram contrato encerrado;
– ⁠Convocação de profissionais de saúde já aprovados nos cincursos;
– ⁠Realização de concurso público para carreiras de saúde da SES-DF, conforme necessidades;
– ⁠Busca ativa de pacientes na faixa de vacinação;
– ⁠Estabelecimento de um Centro de Operações de Emergência (COE) – Dengue, enquanto perdurar a epidemia;
– ⁠Solicitação de audiência conjunta entre SES-DF, Secretaria de Economia, Casa Civil e Governador.

Tendas

As falhas nas tendas tiveram destaque. Algumas estão muito longe das UPAS e das demais unidades de saúde. Se um paciente chega em estado grave não há como transportá-lo. Outras tem alto grau de insalubridade o que agrava os casos. Outras não têm os insumos. Uma unidade de hidratação chegou a ficar sem soro para hidratação. A proposta é fechar as tendas sem condições adequadas e construir novas perto de UPAS, UBS e prontos-socorros;

O grupo também considerou que é necessária uma campanha massiva de conscientização da população para a vacinação e para as medidas necessárias para conter os focos de Aedes aegypti.

Não são apenas as mudanças climáticas

Segundo o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa, o deputado distrital Gabriel Magno (PT), a epidemia não pode ser simplificada ao impacto dos mudanças climáticas. A ausência de servidores e a queda de investimentos na Saúde agravaram a situação no DF.

“Hoje (14/3), na rede pública, segundo a sala de diagnóstico da Saúde, temos 69 leitos bloqueados por falta de pessoal. Os números da epidemias não estão compatíveis, estão muito maiores do que o resto do país “, contou.

O grupo planeja nova reunião em 27 de março.

Saiba quem participou da reunião:

Conselho Regional de Medicina do DF

Conselho de Saúde do DF

Sindicato do Médicos

Associação Médica de Brasília

Sociedade de Infectologia do DF

Associação Brasiliense de Medicina da Família e Comunidade

Sindicato dos Enfermeiros

Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem

Conselho Regional de Farmácia

Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental e dos Agentes Comunitários de Saúde

Comissão de Saúde da OAB-DF

Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa

Promotoria de Justiça e Defesa da Saúde – Prosus

Secretaria de Saúde