Por Leo Saraiva
Percorrer os cinco continentes do Planeta somente – ou na medida do possível – em viagens de carona. Se hospedar em abrigos, dormir em rede amarrada em árvores nos parques e pernoitar em hospedagens amigáveis ou compartilhadas. Conhecer o máximo de pessoas interessantes, sejam elas moradoras de centros urbanos, bairros afastados, favelas ou mesmo com os nativos que encontrar nas lugares por onde passar. ‘É uma viagem em que pretendo ampliar a minha visão do mundo e de universo e também uma viagem pro interior de mim mesmo, a partir do contato com pessoas de tantos lugares e culturas diferentes’. Gravar vídeos de todas essas aventuras, editá-los e postar em suas redes sociais. Que sabe, escrever um livro narrando essa epopéia marcada pela descoberta, pela coragem e pela liberdade.
Esse é o objetivo de Siloè Bertin, desde que deixou a sua cidade natal, Orléans, cidade localizada ha 150km de Paris, bem no centro da França, em novembro de 2024. Desde aquela data, este jovem francês de 23 anos – filho de uma terapeuta e de um professor de yoga e neto de avós que trabalham com bioconstrução de casas e barcos à vela – já percorreu quatro países, entre Europa, África e América do Sul. Da Espanha continental, partiu para as Ilhas Canárias, também território espanhol, onde permaneceu alguns dias. Dali, partiu para Cabo Verde, país insular da África. Dali, partiu em fevereiro de carona num barco à vela para uma incrível travessia de doze dias do Oceano Atlântico. Veio parar em Fortaleza.
Começava na capital cearense, a sua incursão pelo Brasil. De Fortaleza, fez um tour por algumas capitais litorâneas: Natal – com direito à uma parada na pria de Pipa. ‘Em Pipa, fiz amizade com um morador do Guará, que passava férias e me convidou para se hospedar na sua casa, quando fosse pra Brasília’, afirma. De lá, visitou ainda Recife e Salvador. Fez uma curva para o interior do continente e parou na Chapada Diamantina, onde fez o trekking Vale do Paty/Capão, considerado o mais bonito e cênico do Brasil. ‘Desde que comecei a viagem, o lugar mais fantástico que conheci foi o Vale do Paty’, confessa.
Seu plano é ficar pouco tempo em Brasília e daqui dar prosseguimento ao seu ousado e fascinante projeto. Quer finalizar a América do Sul conhecendo Ushuaya, cidade argentina que é considerada o lugar povoado mais ao sul do Planeta e já próximo do continente Antártico. De lá, talvez América do Norte, Ásia ou Oceania. Não sabe ao certo. Depois de já percorrer 17.444km (de acordo com um APP do seu celular), a direção do seu olhar se transformou no dedo de um menino travesso, apontando para a direção onde ele pode enxergar mais acolhimento e amor.
Siloè não passaria despercebido em lugar nenhum do Brasil. Alto (1,92), de pele muito branca e com uma imensa cabeleira loira encaracolada. Foi assim que o jovem francês apareceu do nada, caminhando na calçada que fica entre as quadras 26 e 28 do Guará. Siloè procurava pelo tal amigo que conheceu na praia da Pipa. Por uma série de acasos, ele acabou por se hospedar na casa de outro morador do Guará. Não por acaso, este que acaba de finalizar esta matéria.
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