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Golpista desviou R$ 147 mil de asilo e torrou com harmonização facial

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Durante mais de um ano, a agora ex-gerente administrativa da Casa do Vovô, uma casa que acolhe pessoas idosas de forma permanente, abusou do acesso que tinha às contas do lar de de velhinhos e desviou milhares de reais. Priscilla dos Santos Zampier usava a verba para efetuar pagamentos para advogados, comprar roupas novas, fazer procedimentos estéticos e pagar por “trabalhos espirituais”.

O lar fica em Vicente Pires. Segundo o processo, os desvios ocorreram entre maio de 2022 e outubro de 2023, período em que Priscilla controlava senhas, pagamentos e movimentações bancárias da Casa do Vovô.

O comportamento levantou suspeitas quando responsáveis pela empresa perceberam que algumas contas não foram pagas e, assim, questionaram e solicitaram os extratos então gerente-administrativa, responsável pelo setor. Ao ser questionada, Priscilla apresentou informações confusas e, sem detalhes, pediu demissão e não devolveu o dinheiro.

Segundo a defesa da acusada, de início, Priscilla podia ter acesso às contas da empresa somente quando estava no trabalho. Mas, após a empresa ter alguns bens sequestrados pela Justiça, por receio, solicitaram à mulher que utilizasse a própria conta pessoal para recebimento da mensalidade dos idosos.

Essa confiança dos empregadores, que a viam como figura responsável pela parte financeira do lar, acabou sendo usada para benefício próprio.

Com o que o dinheiro foi gasto?

Segundo o processo, fora os gastos citados acima, somente os valores de repasse a terceiros totalizaram quase R$ 150 mil. Na denúncia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou furto qualificado por 78 vezes, mas o juiz concluiu que havia prova suficiente apenas para 18 episódios, e tornou Priscilla ré.

Entre os gastos, um trabalho espiritual encomendado a um pai de santo, chamou atenção dos promotores. Priscilla teria solicitado ao homem uma amarração do amor, e os pagamentos realizados, com o dinheiro da clínica, totalizaram R$ 11.300. Veja um trecho das conversas com o líder espiritual:

2 imagensNas mídias da conversa é possível ver fotos do ritualFechar modal.1 de 2

A acusada chegou a enviar uma foto de si para concluir a amarração

Material cedido ao Metrópoles2 de 2

Nas mídias da conversa é possível ver fotos do ritual

Material cedido ao Metrópoles

Na defesa, foi relatado que “em que pese a defesa alegue que a religião da acusada é outra e que esta é cristã (…) É que, no Brasil, há um sincretismo religioso, o que não impede uma pessoa comungar de uma determinada religião, mas praticar rituais de outras”.

Outra notável quantidade de transferências foi destinada à uma clínica de estética localizada em Goiânia. O valor total “investido” por Priscilla foi de R$ 9.700. Dentre as provas inclusas na Justiça, estavam conversas com a proprietária da clínica, uma ficha de anamnese da paciente e fotos do rosto da acusada, que alegou ter tido possíveis complicações de um preenchimento.

Confira:

2 imagensA paciente envia fotos do rosto para descartar a possibilidade de ter sido uma complicaçãoFechar modal.1 de 2

A proprietária da clínica entra em contato com Priscilla para tratar de uma possível complicação que a paciente teve com preenchimento realizado com dinheiro da clínica

Material cedido ao Metrópoles2 de 2

A paciente envia fotos do rosto para descartar a possibilidade de ter sido uma complicação

Material cedido ao Metrópoles

 

Sobre as acusações

Nas 18 denúncias de furto qualificado, o juiz destacou que os crimes reconhecidos foram praticados “mediante mais de uma ação, nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução”, apontando planejamento e unidade de desígnios por parte da gerente.

Priscilla foi condenada a cumprir 3 anos e 4 meses de prisão em regime aberto, pela realização das operações financeiras, qualificadas pelo abuso de confiança. A pena foi substituída por restrições de direito, que são medidas alternativas à prisão, além da restituição de R$ 29 mil à instituição.

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