Policiais civis da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), que faz parte do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, realizam nesta sexta-feira (15/8) a Operação Quimera, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada no chamado golpe do falso advogado.
Um dos casos que motivou a operação envolveu uma moradora do Distrito Federal, de 65 anos, que teve um prejuízo superior a R$ 500 mil.
São cumpridos oito mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de contas bancárias, ativos financeiros e criptomoedas, totalizando mais R$ 507 mil.
A ação ocorreu nos municípios paulistas de São Paulo, São Sebastião e Mongaguá, com o apoio da Polícia Civil de São Paulo (PCSP) e da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF.
Veja imagens da Operação Quimera:
2 imagens
Fechar modal.
1 de 2
Apreensões
Reprodução / PCDF2 de 2
Buscas nas casas dos investigados
Reprodução / PCDF
Como funcionava o golpe:
- A quadrilha utilizava credenciais de advogados obtidas de forma ilícita, muitas vezes por meio de vazamentos de dados, para acessar processos judiciais reais.
- Com isso, coletavam informações detalhadas, como números dos autos, nomes das partes envolvidas e valores a serem recebidos — especialmente precatórios.
- De posse desses dados, os criminosos entravam em contato com as vítimas se passando por advogados ou representantes de escritórios reais.
- Utilizavam logotipos, imagens e até perfis verdadeiros para dar aparência de legitimidade ao contato.
- Durante a abordagem, pediam pagamentos de taxas ou impostos fictícios, alegando que eram necessários para liberar valores de processos em andamento.
- A sofisticação do esquema e a riqueza de detalhes nas informações levavam muitas vítimas a acreditar na legitimidade da solicitação.
Prisões e apreensões
As investigações avançaram com base na análise de rastros digitais, movimentações financeiras e uso de tecnologia forense. Durante a operação, foram apreendidos veículos, dinheiro em espécie, celulares e equipamentos eletrônicos usados para aplicar os golpes.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de estelionato qualificado por meio eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem chegar a 23 anos de prisão.
Leia também
-
Mãe é presa por perseguir e manter filho em cárcere privado. Entenda
-
CDC: advogado traiu cliente delator e defendeu “01” da facção
-
Advogado leva tapa no rosto durante audiência de custódia em GO. Vídeo
-
Advogado e estagiária do Comboio do Cão recebiam ordens de líder preso
Alerta à população
A Polícia Civil reforça que esse tipo de golpe tem se espalhado pelo país e alerta a população para que redobre os cuidados ao receber solicitações financeiras, mesmo que relacionadas a processos judiciais.
Em caso de dúvida, o ideal é sempre confirmar diretamente com o advogado ou o escritório responsável, por meios oficiais.
As investigações continuam para identificar outras vítimas e possíveis integrantes da organização criminosa.