Com medo de ficar sem hemodiálise, pacientes renais passaram a morar no Hospital Regional Taguatinga (HRT).
Veja:
Os pacientes estão na fila para tratamento contínuo de hemodiálise na rede pública do DF. Mas sem conseguir vagas contínuas, precisam continuar no HRT para não correr o risco de ficar sem tratamento ao deixar a unidade.
O Metrópoles teve acesso a um documento com a fila atual da hemodiálise. Atualmente, 132 aguardam pela hemodiálise hospitalar. Deste total, 98 estão com classificação vermelha, ou seja, em situações de emergência.
Pelo menos oito pacientes passaram a viver no HRT. Alguns estão há meses no segundo andar da unidade.
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Sem conseguir acesso ao tratamento regular, pacientes passam a viver no HRT para não ficar sem hemodiálise
Material cedido ao Metrópoles
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Atualmente fila na rede pública tem 132 pessoas à espera de vagas contínuas
Material cedido ao Metrópoles
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Há casos de pacientes vivendo há semanas no HRT
Material cedido ao Metrópoles
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Em abril de 2023, a Secretaria de Saúde havia prometido o fim da fila. Em novembro do mesmo ano, a promessa não foi cumprida
Material cedido ao Metrópoles
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Pacientes ficam expostos à doenças e longe das famílias
Material cedido ao Metrópoles
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Saudade
A reportagem conversou com a parente de uma paciente que preferiu não se identificar. Durante a conversa, ela expôs o profundo sentimento de saudade.
“Ela está há semanas esperando a vaga fixa da hemodiálise. É muita agonia. Nossa família está dividida. E tem muita gente lá, vivendo lá esperando a vaga fixa. E se alguém sai, perde a vaga e pode morrer”, lamentou.
Familiares levam frequentemente roupas para os pacientes renais. “É complicado. Somente com muita fé em Deus para seguir em frente. Ela depende da hemodiálise para sobreviver”, desabafou.
Sem solução
Em abril deste ano, o Metrópoles denunciou a martírio dos pacientes à espera da hemodiálise. No total, 130 pessoas aguardavam uma vaga contínua.
À época, a rede oferecia 906 vagas nas clínicas credenciadas e 352 nos hospitais. Todas estavam ocupadas. A pasta prometeu ampliar a oferta de vagas ainda em abril para zerar a lista de espera.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde e com a direção do HRT. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.