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Queijinho e Farofa: Zoo salva 217 bichos vítimas de acidente e tráfico

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

O tamanduá-bandeira Queijinho (foto em destaque) enfrentou uma das trajetórias mais impressionantes de reabilitação. O animal sobreviveu a queimaduras, atropelamento e ataques de cães. Foi resgatado em Unaí (MG) com paralisia total, hemorragia ocular, desidratação e infestação por carrapatos.

Em outubro de 2024, começou a ser tratado no Hospital Veterinário (Hvet) do Zoológico de Brasília. Com técnica e carinho, a equipe veterinária salvou o papa-formigas.

Ao longo de 2025, o Zoo de Brasília realizou mais de 200 atendimentos. O Hospital Veterinário cuida de animais do próprio plantel, mas também recebe espécimes de vida livre encaminhados por diversos órgãos, como Ibama, Cetas e Polícia Militar Ambiental.

Os pacientes são vítimas de atropelamentos, queimadas, tráfico e outras ocorrências.

Veja:

Queijinho passou por uma bateria de exames que confirmou um trauma crânioencefálico. Depois de meses de fisioterapia, curativos e acompanhamento veterinário, o animal voltou a se locomover e recuperou totalmente os movimentos. O tamanduá se tornou símbolo de superação.

Hoje, Queijinho segue sob os cuidados da equipe técnica e de fisioterapia do zoológico. Realiza exercícios semanais enquanto aguarda a autorização para ser liberado em uma área de soltura controlada.

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217 vidas salvas

De janeiro a setembro de 2025, o Hvet realizou 217 atendimentos a animais de vida livre, número que inclui tanto animais silvestres vindos diretamente da natureza quanto aqueles encaminhados de outras instituições. Atualmente, o hospital abriga 96 animais em tratamento.

Atendimentos de animais de vida livre em 2025:

  • Janeiro: 15
  • Fevereiro: 99
  • Março: 10
  • Abril: 9
  • Maio: 8
  • Junho: 1
  • Julho: 6
  • Agosto: 10
  • Setembro: 59
  • Total: 217 atendimentos até setembro.

Capivaras e tamanduás-bandeira estão entre os mamíferos mais atendidos neste ano, frequentemente vítimas de atropelamentos e queimadas.

Entre as aves, o destaque é para a arara-canindé, comumente resgatada de traficantes de animais. Já entre os répteis, o gecko aparece com maior frequência, também oriundo de apreensões.

Onça e cachorro-do-mato

Outra história marcante é a de Farofa, uma onça-parda. A felina chegou ainda filhote, em outubro de 2024, após ser encontrada sozinha e com sinais de desidratação pela Polícia Ambiental no município mineiro de Unaí (MG).

Pensando em uma futura soltura na natureza, ela passou por cuidados especiais da equipe técnica do zoológico para preservar seus instintos naturais.

No início de setembro, já maior e mais forte, Farofa seguiu para a próxima etapa de readaptação no Ibama e, em breve, estará novamente livre.

Lili, uma filhote de cachorro-do-mato encontrada em setembro de 2024 debilitada, desidratada e com sinais de atropelamento, retornou ao habitat natural em fevereiro deste ano após ganhar peso e demonstrar que não perdeu seu lado selvagem.

“Cada animal que chega ao nosso hospital carrega uma história difícil, e vê-los se recuperar é a maior recompensa que poderíamos ter. Casos como o do Queijinho, da Farofa e da Lili mostram o quanto o cuidado técnico, aliado à sensibilidade da equipe, pode transformar o destino desses animais”, afirmou Wallison Couto, diretor-presidente do Zoológico de Brasília.

As decisões de soltura ou de continuar sob cuidados humanos é do Ibama. O Zoo de Brasília fica responsável pela recuperação do animal.

“Nós sentimos saudades quando um animal volta à natureza, mas animal silvestre é assim”, disse Tânia Junqueira, coordenadora do Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília. “Desejamos que todos voltem para casa e sejam felizes”, pontuou.

Suporte completo

Segundo o Zoo, os atendimentos são realizados por uma equipe técnica especializada, que oferece suporte completo com exames laboratoriais, cirurgias, anestesia, hemogramas e procedimentos parasitológicos.

O hospital ainda conta com o apoio de profissionais parceiros para exames específicos, como odontologia e oftalmologia, além de promover fisioterapia e reabilitação para animais com potencial de retorno à natureza.

Quando a soltura não é possível, o destino do animal é definido pelo Ibama, podendo permanecer no zoológico ou ser transferido para outra instituição.

A estrutura do Hvet tem ultrassom, holter, anestesia inalatória, sala de cirurgia, monitoramento cardíaco, doppler, bomba de infusão, oxigênio terapia, contenção química e endoscópio.

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