O Comitê de Cultura do Distrito Federal lançou um importante mapeamento voltado à identificação de agentes culturais que atuam nos territórios do DF. A motivação é que muitos deles ainda estão fora de mecanismos públicos de fomento, então a iniciativa irá construir diagnósticos concretos sobre essas barreiras. A partir deles, serão propostas soluções formativas, comunicacionais, institucionais e tecnológicas que ampliem o alcance das políticas públicas de cultura. Para participar preencha o link https://forms.gle/B4ubLiqkvJavQaQR8.
Para a coordenadora-geral do Comitê, Dayse Hansa, a construção de uma base de dados concreta e participativa contribui para a formulação de políticas culturais mais inclusivas, acessíveis e conectadas às realidades locais, fortalecendo o direito à cultura como prática cotidiana e não como privilégio institucionalizado”.
Para ela, o diagnóstico exige enfrentar questões estruturantes e entender por que parte da cadeia cultural não está registrada no CEAC ou em outros sistemas públicos, ou quais são as dificuldades para compreender editais, acessar plataformas digitais, entender a linguagem técnica, ou a exigência da documentação. Um dos objetivos finais, por exemplo, é ampliar a participação de agentes culturais em mecanismos públicos de fomento, como no Fundo de Apoio à Cultura (FAC/DF) e na Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que se tornou permanente com a sanção da Lei nº 14.399/2022”.
Também são propósitos do projeto: reduzir a assimetria de acesso aos recursos públicos, democratizar o fomento cultural, com foco em equidade territorial e setorial, e gerar base empírica e qualificada para proposição de editais mais inclusivos, acessíveis e conectados às realidades locais.
Realidade da cultura do DF
Apesar de o Distrito Federal se destacar nacionalmente pela vitalidade de sua produção cultural, dados indicam uma grande distância entre o número de agentes culturais em atividade e a quantidade de pessoas efetivamente cadastradas ou participantes das políticas públicas de fomento. Mais de 80% seguem à margem dos instrumentos públicos de fomento, seja por falta de informação, dificuldades técnicas, barreiras institucionais ou ausência de políticas de formação continuada e apoio à inscrição.
Segundo a pesquisa “Panorama da Economia Criativa do DF” (Fecomércio/DF e UCB, 2023), mais de 90 mil agentes criativos atuam nas regiões administrativas do DF em áreas como música, artes cênicas, audiovisual, moda, gastronomia, eventos e cultura popular. No segmento das artes manuais, dados da Secretaria de Turismo do DF (SETUR-DF) informam que, até junho de 2025, estavam cadastrados 14.851 artesãos e 2.583 manualistas, totalizando 17.434 profissionais formais do setor.
Já no âmbito da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC/DF), a lista mais recente de cadastros válidos no Cadastro de Entes e Agentes Culturais – CEAC, publicada em 12 de junho de 2025, contabiliza 4.283 inscrições válidas, entre pessoas físicas e jurídicas.
Entretanto, estudos conduzidos pelo Comitê de Cultura junto a gestores dos programas de fomento revelam que os editais mais relevantes do Distrito Federal, como o FAC, a Lei Paulo Gustavo e o primeiro ciclo da Lei Aldir Blanc, mobilizaram, em média, entre 600 e 2 mil inscrições por edital, mesmo nos períodos de maior divulgação e engajamento.
É justamente diante desse abismo que o mapeamento promovido pelo Comitê se torna uma estratégia fundamental para compreender onde estão os milhares de agentes culturais não representados nos cadastros oficiais, e sobretudo, por que não estão acessando editais e políticas públicas.
Para participar preencha o link https://forms.gle/B4ubLiqkvJavQaQR8.
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