
STF adia julgamento dos coronéis; associação defende avaliação caso a caso, enquanto oito réus do 8/1 já têm condenação e indenização mínima de R$ 30 milhões.
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou novamente o julgamento de sete oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acusados de omissão durante os atos de 8 de janeiro de 2023. O processo entrou e saiu da pauta virtual da Corte duas vezes na última semana e, até o momento, não há nova data definida para a análise do caso.
A Associação dos Oficiais da PMDF (ASOF) divulgou nota oficial criticando o tratamento dado aos réus e a condução das investigações. No documento, a entidade afirma que os oficiais “aguardam silenciosamente a hora do ‘abate’, como verdadeiro gado em um matadouro” e que foram “acusados indevidamente de apoiar uma suposta tentativa de golpe”. Segundo a associação, muitos dos oficiais estavam apenas de serviço por escala, sem participação no planejamento ou organização do policiamento no dia, e instituições-chave como o Gabinete de Segurança Institucional e a Abin foram “convenientemente esquecidas” nas apurações.
Além do caso dos coronéis, o STF já concluiu o julgamento de oito pessoas envolvidas nos atos, resultando em condenações que incluem o pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor mínimo de R$ 30 milhões.
Para o advogado Alexandre Collares, defensor de um dos coronéis réus no processo, o adiamento pode representar uma oportunidade para que o julgamento ocorra com maior cuidado e atenção às circunstâncias específicas de cada acusado:
“A minha esperança é sempre a esperança pela justiça. Embora muitas coisas possam justificar a retirada e o adiamento de processos pautados, quero crer que, nesse caso, o adiamento tenha acontecido para que um olhar mais acurado seja dado sobre esse núcleo dos Policiais Militares”, afirma.
Collares reforça que o processo deve observar estritamente o devido processo legal e que cada caso deve ser analisado individualmente, evitando generalizações que prejudiquem injustamente a reputação e a carreira dos envolvidos.
*Sobre o advogado
Alexandre Collares é advogado com atuação nos tribunais superiores, em Brasília, e experiência em casos de alta complexidade e repercussão nacional.
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