O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu, neste sábado (14/6), que a Polícia Militar do DF (PMDF) apure o caso onde policiais militares foram flagrados xingando um delegado da 5ª Delegacia de Polícia (Setor de Grandes Áreas Norte). Em vídeo enviado à delegacia onde o áudio teria sido mantido acidentalmente, os PMs xingam o investigador de “filho da puta” e “arrombado”.
O pedido de inquérito policial militar direto do MPDFT veio após a coluna Na Mira, do Metrópoles, noticiar o caso na última quinta-feira (12/6). “Diante da gravidade dos fatos relatados, o caso foi formalizado […] para fins de apuração e adoção de providências cabíveis”, diz o pedido, assinado pelo promotor de Justiça Flávio Milhomem.
A Corregedoria-Geral da PMDF tem cinco dias para responder a requisição do MP.
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“Foto do saco”
Um vídeo gravado na central de monitoramento da PMDF instalada na Rodoviária do Plano Piloto revelou os xingamentos. As imagens foram feitas para flagrar homens traficando drogas em um gramado próximo ao terminal e enviar à 5ª DP para investigação.
Porém, os PMs que enviaram o registro não se atentaram ao áudio captado na gravação. É possível ouvir os militares irritados com o delegado. “Ele é um filho da puta, um arrombado”, esbravejam. Eles dizem ainda que vão “mandar uma foto do saco” para o investigador.
Veja as imagens e ouça os xingamentos:
Mais detalhes
- A PMDF costuma filmar flagrantes de tráfico na área central de Brasília. Quando levam os suspeitos para a delegacia, os policiais militares enviam esses vídeos aos delegados, como prova do crime.
- No entanto, recentemente, teria havido uma divergência entre um dos delegados de plantão na 5ª DP e esses PMs, que supostamente tentaram prender um homem por tráfico de drogas, mas sem comprovação do crime.
- Os dois militares que tiveram as vozes registradas na gravação em questão foram chamados à delegacia para prestar depoimento sobre o flagrante.
- A delegada que os ouvia apresentou o vídeo com áudio para que se manifestassem sobre os xingamentos se quisessem. Ambos, contudo, optaram por ficar em silêncio.
As informações do caso foram encaminhadas pela PCDF à Corregedoria-Geral da PMDF.