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Salada de personagens em teatro frustra crianças e deixa pais pistolas

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Domingo (18/5) foi dia de frustração para dezenas de famílias que estiveram no Teatro Royal Tulip, em Brasília. Pais se programaram e filhos ficaram eufóricos para assistir ao espetáculo infantil anunciado como oficial da personagem Bluey. Porém, quando abriram as cortinas, a surpresa: sem qualquer aviso prévio, o público se deparou com uma apresentação genérica, que misturava personagens da Patrulha Canina, a Moana e Stitch. Até o Homem-Aranha estava no elenco.

Débora Vieira, 41 anos, foi uma das mães que se sentiram enganadas. Ela levou o filho Teo, 2, para assistir à peça e conta que a troca foi frustrante, especialmente pelo perfil do público que consome o desenho.

“Quem vai assistir o show da Bluey é um público muito específico. É um desenho com pouco estímulo visual, ideal para crianças neurodivergentes. Meu filho nunca assistiu Patrulha Canina ou Homem-Aranha. O único desenho que ele assiste é esse, liberado após avaliação da neurologista dele”, relata.

Com a nítida insatisfação do público, a produção improvisou uma curta aparição da personagem ao fim da apresentação — cerca de 10 a 15 minutos. “A encenação foi insuficiente e deu a impressão de uma tentativa emergencial de conter a frustração dos espectadores. Inventaram um enredo improvisado com um urso atacando uma família, e depois a mãe da Bluey começa a espancá-lo com um cassetete. Como colocam uma cena de agressão num espetáculo infantil?”, questiona. “A cachorrinha ensina diálogo, empatia, nunca violência”, conclui.

Um dos organizadores alegou, em vídeo, que a substituição foi feita de última hora, mas os pais suspeitam que a mudança já estava em curso dias antes. O Metrópoles apurou que, desde a segunda-feira anterior ao evento (12/5), os ingressos estavam sendo comercializados sob o nome “Festival Kids” — e não mais como “Bluey”.

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Apesar de um dos organizadores ter alegado, em vídeo, que a substituição foi feita de última hora, há indícios de que a mudança já estava em curso dias antes. O Metrópoles apurou que, desde a segunda-feira anterior ao evento (12/5), os ingressos estavam sendo comercializados sob o nome "Festival Kids" — e não mais como "Bluey".

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Apesar de um dos organizadores ter alegado, em vídeo, que a substituição foi feita de última hora, há indícios de que a mudança já estava em curso dias antes. O Metrópoles apurou que, desde a segunda-feira anterior ao evento (12/5), os ingressos estavam sendo comercializados sob o nome “Festival Kids” — e não mais como “Bluey”.

material cedido ao Metrópoles

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Apesar de um dos organizadores ter alegado, em vídeo, que a substituição foi feita de última hora, há indícios de que a mudança já estava em curso dias antes. O Metrópoles apurou que, desde a segunda-feira anterior ao evento (12/5), os ingressos estavam sendo comercializados sob o nome “Festival Kids” — e não mais como “Bluey”.

Matérial cedido ao Metrópoles

Consumidores que já haviam adquirido entradas anteriormente afirmam que não foram notificados sobre a alteração. “Entrei em contato com a Bilheteria Digital, e me disseram que a mudança para Festival Kids foi por questões burocráticas, mas que o espetáculo continuaria sendo da Bluey”, relata Eber Melo, 43, que levou o filho, de 4 anos, ao evento.

Assista ao pronunciamento:

O caso pode configurar propaganda enganosa, segundo o advogado Alexandre Patara, especialista em direito do consumidor. Ele explica que o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) proíbe publicidade enganosa e que os pais foram induzidos ao erro ao adquirirem ingressos para um espetáculo que não foi entregue como anunciado.

Patara também destaca a violação do direito à informação clara e adequada, previsto no artigo 6º do CDC. “Os consumidores têm direito à devolução do valor pago ou a um abatimento proporcional, conforme o artigo 35. Em caso de negativa por parte dos organizadores, é possível exigir judicialmente a rescisão do contrato e reembolso integral, com atualização monetária e até mesmo pedido de indenização por danos materiais e morais”, detalha.

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